sábado, 10 de outubro de 2009

Dead Rose



Rosa que brotou nesse jardim, tão belo e florido, que cresceu tão frágil, tão pura, tão simples. Rosa essa que muitas vezes apanhou de fortes ventos que teimavam em tentar derrubá-la, rosa essa que aos poucos foi crescendo, foi evoluindo, vermelha como sangue. Disseram-lhe que ela simbolizava o tal sentimento chamado amor, sentimento esse que nunca sentirá antes, afinal ela não sabia o que era o amor. Rosa que cresceu, firme e forte no seu local, todos que passavam por perto admiravam sua beleza e o cheiro que exalava de seu interior. Rosa solitária, cresceu sozinha, distante de outras, que a solidão aos poucos foi ferindo-a. Ela desejava compartilhar do seu pólen com outra, desejava viver o máximo possível, e que cada golpeada que levava do vento, ficava mais frágil.

Sua beleza aos poucos já não era a mesma, sua cor avermelhada foi ficando negra. Sua postura sempre inclinada aos poucos foi ficando corcunda e murcha. A perguntaram o que a havia acontecido, e ela apenas respondia que não sabia, talvez apenas o fato de ser linda, não a fazia feliz, talvez precisasse de algo a mais... talvez essa solidão não a fizesse bem. Ela estava morrendo, e cada chuva que levava, cada gota que escorria de suas pétalas para ela era como se fossem lágrimas que ela não conseguia derramar, lágrimas que ela jamás soube a sensação de despejar do seu interior, pelo fato de não obter esse tão curioso líquido que fluía dos humanos.

O Tempo está passando, e a cada pancada do vento suas raízes estão se deslocando do solo, ela sabia que sua hora estava chegando, já estava totalmente murcha e sem vida, a chuva não cansava em machucá-la. Sabia que essas pancadas que a faziam cair mais e mais não eram boa coisa, mas para ela, as gotas que rolavam, continuavam a ser suas lágrimas imaginarias e nos seus últimos momentos sussurrou suas últimas palavras: Talvez o que tenha me matado não foram estas chuvas, pancas que a vida me deu, ventos que não cansaram de me bater, oque me matou foi o fato de saber que um sentimento chamado amor, esse sentimento que causa tantas coisas boas, existe... e eu não posso senti-lo... não posso senti-lo. Ao saber que ele existia, tudo mudou, ao saber que não poderia senti-lo, tudo piorou, ao saber que nada viria a sentir esse amor por mim, minhas vontades simplesmente sumiram, evaporaram com o vento que batia em mim constantemente, esse vento que trouxe as vozes que falavam desse sentimento chamado amor, vozes de pessoas que provaram desse sentimento tão complexo... sentimento que jamás sentirei, que jamás provarei, que jamás encontrarei.

Nenhum comentário:

Postar um comentário